20 de abril de 2005

O AR DOS TEMPOS

A eleição do Cardeal Ratazana (em português, tal como Benito deu Bento) foi tudo menos surpreendente. Apenas a consagração do início de século conservador, que reage pela força aos movimentos que não percebe. Nem todos ficaram descontentes: o povalhão não faz ideia de quem o homem era; presume que foi nosso senhor que transformou o fumo preto em branco e toca a andar; a Banca estará satisfeita com a eleição de um homem que não se coibirá de exigir a dízima às paróquias mais recatadas (será interessante lembrar que o actual papa foi o homem que assinou a condenação da Teologia da Libertação que remetia a Igreja para a defesa dos mais pobres, acusando-a de "marxista") ; a o Opus Dei, vê coroado o seu esforço de ter um chefe declaradamente dos seus.
Com esta escolha os católicos bem podem começar a cortar a pila e preparar a corda para as flagelações. AS católicas... ficam na mesma, já que não contam. Aliás, isto lança-nos numa questão teológica: qual é o sexo de deus? Já que só gosta de homens e a homossexualidade é um assunto que deve ficar recolhido no interior das sacristias... ou é mulher ou a coisa é contraditória.
Enfim, há-de passar, como a Inquisição passou e o fascismo italiano se foi, pendurado pelos pés numa pose macabra. Ou apenas como uma moinha própria dos tempos que vivemos.

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